Estratégias Nutricionais Avançadas para Otimizar a Performance Esportiva
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Estratégias Nutricionais Avançadas para Otimizar a Performance Esportiva

Profissionais da saúde e do esporte, como nutricionistas, educadores físicos, médicos e fisioterapeutas, sabem que a nutrição é um pilar fundamental para o desempenho atlético. Ir além do básico e dominar as estratégias nutricionais para a performance esportiva é o que diferencia um acompanhamento padrão de um trabalho de excelência, capaz de levar atletas e esportistas a atingirem seu potencial máximo. A complexa interação entre metabolismo energético, controle hormonal e adaptações ao treinamento exige um conhecimento aprofundado e atualizado. Neste artigo, exploraremos os aspectos cruciais do manejo de macronutrientesMacronutrientes Nutrientes essenciais que fornecem energia: proteínas, carboidratos e gorduras.
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, a importância do timing nutricional, o papel da suplementação baseada em evidências e os conceitos de periodizaçãoPeriodização Estratégia de treino que envolve a divisão de fases para otimizar os resultados.
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, fornecendo insights valiosos para sua prática clínica e profissional.

Sumário

Distinção Essencial: Atividade Física vs. Exercício Físico

Como ponto de partida para qualquer discussão sobre nutrição e performance, é vital que nós, profissionais, tenhamos clareza sobre a terminologia. Atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela contração dos músculos esqueléticos que resulta em um aumento do gasto energéticoGasto Energético Quantidade de energia que o corpo utiliza durante a atividade física.
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acima do nível de repouso. Isso abrange um espectro amplo de ações, desde tarefas ocupacionais e domésticas (subir escadas, limpar a casa) até deslocamentos ativos (caminhar, andar de bicicleta) e atividades de lazer. É um conceito inclusivo que engloba qualquer forma de movimento.

Já o exercício físico, uma subcategoria da atividade física, é caracterizado por ser planejado, estruturado, repetitivo e ter como objetivo principal a melhoria ou manutenção de um ou mais componentes da aptidão física (resistência cardiorrespiratória, força muscular, resistência muscularResistência Muscular Capacidade de um músculo de sustentar atividade física por um longo período.
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, flexibilidade, composição corporal). Exemplos incluem treinos de musculação, sessões de corrida intervalada, aulas de natação ou programas de yoga. A intencionalidade e a estruturação são os diferenciais.

Adicionalmente, no âmbito esportivo, diferenciamos atletas (foco em competição, alto rendimento, profissionalismo) de esportistas/desportistas (foco em saúde, condicionamento, estética, lazer). O atleta busca otimizar cada detalhe para a performance competitiva, enquanto o esportista pode ter objetivos diversos, como melhorar a saúde cardiovascular, ganhar massa muscular ou simplesmente desfrutar da prática. Essa distinção impacta diretamente na intensidade do treino e, consequentemente, nas necessidades e estratégias nutricionais a serem aplicadas.

Metabolismo de Carboidratos: A Base Energética Detalhada

Os carboidratos são a pedra angular do fornecimento de energia para a maioria das formas de exercício, especialmente aqueles de intensidade moderada a alta. Compreender seu metabolismo em detalhes é crucial para o profissional que busca otimizar a performance de seus clientes ou atletas. Definidos como moléculas orgânicas de C, H e O (proporção ~1:2:1), sua unidade fundamental é a glicose (C6H12O6), o substrato energético preferencial para tecidos vitais como o cérebro e as hemácias. Cada grama de carboidrato fornece aproximadamente 4 kcal.

Reservas Corporais: Glicogênio Hepático e Muscular

O corpo armazena carboidratos como glicogênio:

  • Glicogênio Hepático (~100g): Sua principal função é a manutenção da glicemia, liberando glicose na corrente sanguínea durante o jejum ou exercício prolongado. É regulado por hormônios como insulinaInsulina Hormônio que regula os níveis de glicose no sangue.
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    e glucagon.
  • Glicogênio Muscular (~300-500g+): Serve como fonte de energia imediata para a própria fibra muscular durante a contração. Sua quantidade é influenciada pelo nível de treinamento e dieta. O músculo não possui a enzima glicose-6-fosfatase (G6Pase), impedindo a liberação direta de glicose para o sangue.

Digestão e Absorção: Processos Chave

A digestão inicia na boca com a α-amilase salivar, quebrando polissacarídeos. No estômago, a acidez inativa essa enzima. No intestino delgado, a α-amilase pancreática continua a quebra, e as dissacaridases da borda em escova (maltase, sacarase, lactase) finalizam o processo, gerando monossacarídeos (glicose, frutose, galactose).
A absorção ocorre no intestino:

  • Glicose e Galactose: Via SGLT1 (Sodium-Glucose Linked Transporter 1), um co-transportador dependente de sódio. A importância do sódio aqui explica a eficácia de soluções de reidratação oral (soro caseiro) e bebidas esportivas que contêm sódio e glicose, otimizando a absorção de ambos e, consequentemente, de água (que segue o gradiente osmótico).
  • Frutose: Via GLUT5, por difusão facilitada.
  • Saída para o Sangue: Todos os três monossacarídeos saem do enterócito para a veia porta hepática via GLUT2, também por difusão facilitada.

Destinos Metabólicos: Fígado e Músculo

No fígado (via GLUT2, independente de insulina), a glicose é fosforilada pela glicoquinase. Pode ser armazenada como glicogênio, utilizada na glicólise para energia, ou convertida em gordura (lipogênese de novo) em situações de excesso calórico e de carboidratos, sob influência da insulina.
No músculo (via GLUT4, dependente de insulina e/ou contração muscular), a glicose é fosforilada pela hexoquinase. É primariamente armazenada como glicogênio muscular ou utilizada na glicólise para gerar ATP para a contração.

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Controle Neuroendócrino: A Dança Hormonal do Exercício

A resposta metabólica ao exercício é orquestrada por uma complexa interação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino. Compreender essa regulação hormonal é essencial para aplicar estratégias nutricionais para a performance esportiva de forma eficaz. Durante o exercício, o objetivo principal do sistema neuroendócrino é garantir a disponibilidade de substratos energéticos para os músculos ativos, mantendo a homeostase da glicose sanguínea.

A insulina, hormônio anabólico, tem seus níveis geralmente suprimidos durante o exercício, especialmente em intensidades mais altas. Isso permite a mobilização das reservas de glicogênio e gordura. Contudo, a sensibilidade do músculo à insulina aumenta, e a própria contração muscular estimula a translocação de GLUT4 para a membrana, facilitando a captação de glicose independentemente dos níveis de insulina. No pós-exercício, a insulina desempenha um papel crucial na reposição de glicogênio e na síntese proteica.

Os hormônios contra-reguladores aumentam sua secreção durante o exercício para mobilizar energia:

  • Glucagon: Estimula a glicogenólise e gliconeogênese hepática, mantendo a produção de glicose pelo fígado.
  • Catecolaminas (Adrenalina e Noradrenalina): Liberadas em resposta ao estresse do exercício (via sistema nervoso simpático), estimulam a glicogenólise hepática e muscular, a lipólise no tecido adiposo, e aumentam a frequência cardíaca e o fluxo sanguíneo muscular.
  • Cortisol: Hormônio do estresse, promove a gliconeogênese (utilizando aminoácidos e glicerol), a lipólise e, em exercícios muito prolongados ou intensos, pode aumentar a proteólise muscular para fornecer aminoácidos como substrato energético ou para a gliconeogênese. Embora a proteólise durante o treino ocorra, a preocupação maior deve ser com a recuperação proteica pós-treino.
  • Hormônio do Crescimento (GH): Aumenta durante o exercício, contribuindo para a lipólise e antagonizando parcialmente a ação da insulina na captação de glicose por alguns tecidos.

A magnitude da resposta hormonal depende da intensidade, duração, tipo de exercício e estado nutricional (nível de glicogênio, hidratação).

Índice e Carga Glicêmica: Ferramentas Práticas para Profissionais

O Índice Glicêmico (IG) e a Carga Glicêmica (CG) são conceitos importantes no manejo de carboidratos, mas sua aplicação prática exige discernimento profissional. O IG classifica os alimentos pela velocidade com que elevam a glicemia pós-prandial em comparação a um padrão (glicose ou pão branco). Alimentos de alto IG (>70) causam picos rápidos, enquanto os de baixo IG (<55) promovem liberação gradual.

A limitação do IG é não considerar a quantidade de carboidrato na porção. A CG corrige isso (CG = [IG x g CHO por porção] / 100), oferecendo uma medida mais completa do impacto glicêmico real de uma refeição ou alimento. Uma CG >20 é alta, <10 é baixa.

Para profissionais, a aplicação é estratégica:

  • Refeições Habituais/Pré-treinoPré-treino Suplemento usado antes do treino para melhorar a energia e o foco.
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    Distante:
    Priorizar alimentos de baixo a moderado IG/CG para energia sustentada e controle glicêmico.
  • Durante Exercícios Longos (>90 min): Utilizar fontes de alto IG (géis, bebidas esportivas) para rápida absorção e fornecimento de energia.
  • Pós-Treino Imediato: Alimentos de moderado a alto IG/CG podem acelerar a ressíntese de glicogênio, especialmente se o tempo de recuperação até a próxima sessão for curto.

É crucial lembrar que o IG/CG de uma refeição mista é influenciado pela presença de fibras, proteínas e gorduras, que geralmente atenuam a resposta glicêmica. Portanto, avaliar a refeição como um todo é mais relevante do que focar em alimentos isolados, exceto no contexto de suplementação intra ou pós-treino imediato.

Estratégias com Carboidratos: Timing, Quantidade e Tipos

O manejo estratégico dos carboidratos é uma das pedras angulares das estratégias nutricionais para a performance esportiva. As recomendações devem ser ajustadas com base na intensidade, duração, tipo de modalidade e objetivos do atleta.

Recomendações Gerais (ISNN – Sociedade Internacional de Nutrição EsportivaNutrição Esportiva Área da nutrição que foca na dieta de atletas para otimizar o desempenho.
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):

  • Ingestão Diária: Varia amplamente. Para treinos leves, 3-5g/kg/dia; moderados (aprox. 1h/dia), 5-7g/kg/dia; endurance intenso (1-3h/dia), 6-10g/kg/dia; extremo (>4-5h/dia), 8-12g/kg/dia.
  • Pré-Treino (1-4h antes): 1-4g/kg de carboidratos, preferencialmente complexos e de baixo/moderado IG, para completar estoques de glicogênio. Ajustar conforme tolerância digestiva.
  • Intra-Treino (Exercícios >60-90 min): 30-60g/hora de carboidratos de rápida absorção (ex: glicose, sacarose, maltodextrina). Para atividades >2.5h, pode-se aumentar para até 90g/hora usando transportadores múltiplos (ex: glicose + frutose).
  • Pós-Treino: Para recuperação rápida (próximo treino <8h), consumir 1.0-1.2g/kg/hora de carboidratos de moderado/alto IG nas primeiras 4 horas, idealmente junto com proteína (aprox. 0.3g/kg). Se o tempo de recuperação for maior (>24h), o timing é menos crítico, e a ingestão total diária é mais importante.

Estratégias Específicas:

  • SupercompensaçãoSupercompensação Fase de adaptação após o treino em que o corpo se fortalece além do nível anterior.
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    de Glicogênio (Carb Loading):
    Para eventos de endurance >90 min. Consiste em 36-48h de alta ingestão de CHO (10-12g/kg/dia) combinada com redução drástica do treino (tapering).
  • “Train Low, Compete High”: Estratégia periodizada onde algumas sessões são realizadas com baixa disponibilidade de carboidratos para estimular adaptações mitocondriais, mas a competição é feita com estoques de glicogênio maximizados. Requer cautela e planejamento.
  • Ajuste para Hipertrofia: Garantir CHO suficiente para suportar treinos de força intensos e repor glicogênio, contribuindo para um ambiente anabólico geral.
  • Ajuste para Redução de Gordura: Reduzir a ingestão total de CHO, priorizando fontes de baixo IG e concentrando o consumo ao redor do treino para suportar a performance e recuperação, enquanto se mantém um déficit calórico.

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Metabolismo de Lipídios: Energia Sustentada e Funções Vitais

Os lipídios são essenciais na dieta, fornecendo energia densa (9 kcal/g), atuando na estrutura celular, na produção hormonal e no transporte de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K). Para atletas, são a principal fonte de energia em repouso e durante exercícios de baixa a moderada intensidade e longa duração.

Metabolismo durante o Exercício: A lipólise (quebra de triglicerídeos no tecido adiposo em ácidos graxos e glicerol) é estimulada pelas catecolaminas e cortisol, e inibida pela insulina. Os ácidos graxos são transportados pelo sangue ligados à albumina até os músculos, onde são oxidados nas mitocôndrias (beta-oxidação) para gerar ATP. O treinamento de enduranceEndurance Capacidade do corpo de sustentar exercícios por longos períodos.
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aumenta a capacidade do músculo de oxidar gordura.

Recomendações e Estratégias:

  • Ingestão Diária: Geralmente 20-35% das calorias totais. Priorizar gorduras insaturadas (azeite, abacate, oleaginosas, peixes gordos) e limitar saturadas e trans.
  • Pré-Treino: Evitar refeições muito ricas em gordura próximas ao treino, pois retardam o esvaziamento gástrico e podem causar desconforto.
  • Estratégias de Adaptação à Gordura (“Fat Adaptation”): Dietas muito ricas em gordura e baixas em carboidratos (cetogênicas) por semanas podem aumentar a capacidade de oxidação de gorduraOxidação de Gordura Processo de queima de gordura para produção de energia durante o exercício.
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    , mas a evidência sobre a melhora da performance em alta intensidade é controversa e pode haver prejuízo no desempenho de sprints ou esforços máximos. Requer acompanhamento rigoroso.
  • Redução de Gordura CorporalGordura Corporal Quantidade de gordura presente no corpo, usada como reserva de energia.
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    :
    Manter uma ingestão adequada de gorduras essenciais (ômega-3) mesmo em déficit calórico é importante para a saúde hormonal e controle da inflamação.

Proteínas: Reparo Tecidual, Recuperação e Hipertrofia MuscularHipertrofia Muscular Aumento do tamanho dos músculos devido a exercícios de resistência.
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As proteínas são cruciais para atletas, não como fonte primária de energia, mas pela sua função plástica e reguladora. São essenciais para a reparação das microlesões induzidas pelo exercício, para a síntese de novas proteínas contráteis (hipertrofia) e para a produção de enzimas e hormônios. A ativação da via de sinalização da mTOR é um mecanismo chave na regulação da síntese proteica muscular, estimulada tanto pelo exercício de força quanto pela ingestão de aminoácidos (especialmente leucina).

Recomendações Proteicas:

  • Atletas de Força/Hipertrofia: 1.6-2.2g/kg/dia.
  • Atletas de Endurance: 1.2-1.6g/kg/dia.
  • Durante Restrição Calórica: Pode ser necessário aumentar para 1.8-2.7g/kg/dia (do peso ideal ou massa magraMassa Magra Componente corporal que inclui músculos, ossos, órgãos e fluidos.
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    ) para minimizar a perda muscular.

Timing e Distribuição:

  • Distribuição ao Longo do Dia: Consumir doses de 0.3-0.4g/kg (aproximadamente 20-40g) de proteínaProteína Nutriente essencial para a construção e reparo dos músculos.
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    de alta qualidade a cada 3-4 horas parece otimizar a síntese proteica ao longo do dia.
  • Pós-Treino: Consumir uma dose de proteína de rápida absorção (como whey protein) junto com carboidratos dentro de 1-2 horas após o treino pode maximizar a recuperação e adaptação, embora a ingestão total diária e a distribuição sejam fatores mais críticos.
  • Antes de Dormir: Uma dose de proteína de digestão lenta (como caseína) pode ajudar a manter um balanço proteico positivo durante o sono.

A qualidade da proteína (perfil de aminoácidos essenciais, especialmente leucina) também é importante. Fontes animais são geralmente completas, enquanto fontes vegetais podem precisar ser combinadas.

Hidratação e Eletrólitos: Fundamentos Indispensáveis

A manutenção do equilíbrio hídrico e eletrolítico é vital para a performance e saúde do atleta. A desidratação prejudica a capacidade termorregulatória, aumenta a percepção de esforço, reduz o volume sanguíneo e pode levar a cãibras, exaustão e, em casos graves, golpe de calor.

Estratégias de Hidratação:

  • Monitoramento: Avaliar a perda de suor individual (pesagem antes e depois do treino) e monitorar a cor da urina são essenciais.
  • Antes: Garantir euhidratação (urina clara) horas antes. Beber 5-10 ml/kg 2-4 horas antes.
  • Durante: Individualizar a ingestão para repor perdas, geralmente 0.4-0.8 L/hora. Para exercícios >60-90 min, usar bebidas esportivas com 6-8% de CHO e eletrólitos.
  • Depois: Repor 125-150% do peso perdido. Ex: perdeu 1kg, beber 1.25-1.5L nas horas seguintes.

Eletrólitos: O sódio é o principal eletrólito perdido no suor. A reposição é importante em exercícios prolongados (>2h) ou para atletas com alta taxa de sudorese ou “suadores salgados”. Bebidas esportivas ou cápsulas de sal podem ser necessárias. Potássio, cálcio e magnésio também são perdidos, mas geralmente repostos pela dieta.

Suplementação Baseada em Evidências: O Que Realmente Funciona?

A suplementação deve ser a cereja do bolo, utilizada após otimizar a dieta base. Focar em suplementos com forte respaldo científico é crucial para o profissional.

Grupo A (Evidência Forte – ISNN, AIS):

  • Creatina Monohidratada: Melhora força, potência, sprints repetidos e hipertrofia. Dose: 3-5g/dia (ou fase de saturação inicial).
  • Cafeína: Melhora endurance, performance em alta intensidade, foco e reduz percepção de esforço. Dose: 3-6mg/kg, 30-60 min antes. Resposta individual varia.
  • Beta-Alanina: Aumenta carnosina muscular, tamponando acidose em exercícios de 1-4 min. Dose: 3.2-6.4g/dia fracionados. Causa parestesia.
  • Nitrato (Suco de Beterraba): Melhora eficiência energética e performance em endurance. Dose: 5-9 mmol, 2-3h antes.
  • Bicarbonato de Sódio: Tamponante extracelular para exercícios de alta intensidade (1-10 min). Dose: 0.2-0.4g/kg, 60-90 min antes. Risco de desconforto GI.
  • Suplementos de Proteína e Carboidratos: Convenientes para atingir metas diárias e estratégias de timing.

Outros suplementos têm evidência limitada ou situacional. A avaliação individual e a consulta a bases de dados confiáveis (como Examine.com, AIS) são recomendadas.

Periodização NutricionalPeriodização Nutricional A Periodização Nutricional é o planejamento estratégico da alimentação ao longo do tempo, ajustando macronutrientes e refeição para otimizar desempenho, recuperação e composição corporal de atletas e frequentadores de academias.
Leia mais
: Sincronizando Dieta e Treino

A periodização nutricional aplica o princípio da periodização do treinamento à dieta, ajustando a ingestão de energia e macronutrientes para otimizar as adaptações em cada fase do ciclo de treino (macro, meso e microciclos). Isso vai além de simplesmente comer mais em dias de treino pesado e menos em dias leves.

Exemplos de Aplicação:

  • Manipulação de Carboidratos: Implementar estratégias como “Train Low” (treinar com baixo glicogênio) em sessões específicas de baixa intensidade na fase de base para potencializar adaptações mitocondriais, enquanto se garante alta disponibilidade de CHO (“Train High”) para sessões chave de alta intensidade ou competições.
  • Ajuste Calórico: Sincronizar períodos de déficit calórico (para perda de gorduraPerda de Gordura Redução do tecido adiposo no corpo através de dieta e exercícios.
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    ) com fases de menor intensidade de treinoIntensidade de Treino Nível de esforço aplicado durante uma sessão de exercícios.
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    , e períodos de superávit (para ganho de massa) com fases de maior volume/intensidade de força.
  • Timing de Nutrientes: Enfatizar o consumo de CHO e proteína ao redor das sessões de treino mais importantes ou intensas.
  • Suplementação Periodizada: Usar certos suplementos (ex: cafeína, beta-alanina) de forma cíclica ou apenas em fases pré-competitivas.

A periodização nutricional requer planejamento detalhado e monitoramento constante, sendo mais aplicável a atletas com objetivos claros e rotinas de treino estruturadas. Explore mais sobre periodização na musculação.

Conclusão: Elevando sua Prática Profissional

Dominar as estratégias nutricionais para a performance esportiva é um diferencial competitivo para qualquer profissional da saúde ou do esporte. A aplicação consciente dos princípios de metabolismo energético, controle hormonal, timing de nutrientes, hidratação, suplementação baseada em evidências e periodização permite otimizar os resultados de atletas e clientes de forma segura e eficaz. Manter-se atualizado e aprofundar o conhecimento nessas áreas é fundamental para oferecer um serviço de excelência.

Se você busca elevar sua expertise e aplicar essas estratégias avançadas com confiança, o curso Estratégias Nutricionais para a Performance Esportiva da EducaFit, ministrado por especialistas como Heitor Santos (Nutricionista, Mestre em Fisiologia Endócrina, Doutor em Clínica Médica), é o próximo passo ideal em sua jornada de desenvolvimento profissional. Invista em seu conhecimento e transforme a performance dos seus atletas e clientes.

Perguntas Frequentes (FAQ) para Profissionais

Como individualizar as recomendações de carboidratos para diferentes modalidades esportivas?

A individualização baseia-se na duração, intensidade e tipo de esforço predominante. Esportes de endurance (maratona, ciclismo) exigem maior ingestão diária (6-12g/kg) e estratégias de reposição intra-treino. Esportes de força/potência (musculação, LPO) necessitam de CHO suficiente para suportar treinos intensos e repor glicogênio (4-7g/kg), mas o foco maior pode ser na proteína. Esportes intermitentes (futebol, basquete) requerem boa capacidade de ressíntese de glicogênio e estratégias intra-jogo. A tolerância individual e a fase de treinamento também são cruciais.

Qual a real importância do timing de proteínas para hipertrofia? A “janela anabólica” é um mito?

A “janela anabólica” rígida (consumo imediato pós-treino) é menos crítica do que se pensava. A sensibilidade muscular à proteína permanece elevada por até 24h. No entanto, consumir proteína (20-40g) com carboidratos dentro de 1-2h pós-treino é uma estratégia pragmática para iniciar a recuperação. Mais importante para hipertrofia são: 1) Atingir a meta proteica total diária (1.6-2.2g/kg). 2) Distribuir a ingestão em doses adequadas (0.3-0.4g/kg) a cada 3-4 horas para maximizar a síntese proteica ao longo do dia.

Quando a suplementação de eletrólitos é realmente necessária durante o exercício?

Para exercícios com duração inferior a 1-2 horas, a reposição de eletrólitos geralmente não é necessária, a menos que as perdas de suor sejam excepcionalmente altas (calor extremo, “suadores salgados”). Para atividades mais longas (>2 horas), especialmente em ambientes quentes e úmidos, a reposição de sódio (principalmente) torna-se importante para prevenir hiponatremia e auxiliar na retenção de líquidos. Bebidas esportivas comerciais geralmente contêm níveis adequados. A necessidade pode ser avaliada individualmente pela taxa de sudorese e concentração de sódio no suor.

Como implementar a estratégia “Train Low, Compete High” de forma segura e eficaz?

“Train Low” (treinar com baixo glicogênio) deve ser feito estrategicamente em sessões de baixa a moderada intensidade e duração controlada, durante a fase de base, para estimular adaptações mitocondriais. Nunca deve ser feito em treinos de alta intensidade ou chave. Requer planejamento cuidadoso para não comprometer a qualidade do treino ou a saúde imunológica. A hidratação e a ingestão proteica devem ser mantidas. A fase pré-competitiva e a competição (“Compete High”) exigem a maximização dos estoques de glicogênio. É uma estratégia avançada que exige monitoramento e não é adequada para todos.

Quais os riscos de uma dieta muito restritiva em gorduras para atletas?

Dietas excessivamente baixas em gordura (<20% das calorias totais) podem comprometer a performance e a saúde do atleta. Os riscos incluem: 1) Ingestão inadequada de ácidos graxos essenciais (ômega-3 e 6). 2) Má absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K). 3) Redução na produção de hormônios esteroides (testosteronaTestosterona Hormônio responsável pelo desenvolvimento muscular e força em homens e mulheres.
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, estrogênio), afetando a recuperação, força e saúde óssea/menstrual. 4) Dificuldade em atingir as necessidades calóricas totais, especialmente para atletas com alto gasto energético.

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